×

Atenção

JUser: :_load: Não foi possível carregar usuário com ID: 669

Notícias

Experiência de Jaguariúna mostra benefícios da mudança de hábitos

Notícias Quinta, 23 Março 2017 20:36
Experiência de Jaguariúna mostra benefícios da mudança de hábitos Luciana Aith

O professor de educação física Marcio Atalla, que criou o quadro “Medida Certa” do programa “Fantástico”, na Rede Globo, e é comentarista da Rádio CBN, assumiu o desafio de engajar a população de Jaguariúna, interior de São Paulo, na adoção de hábitos saudáveis. Os objetivos do projeto Vida de Saúde eram proporcionar mais qualidade de vida, evitar doenças crônicas como as cardiovasculares e o câncer e aproveitar melhor os recursos investidos pelo poder público em atividades de prevenção. A experiência ocorreu de março a novembro do ano passado.

Entre os resultados já apurados, conforme relata Marcio Atalla, a cada 100 pessoas que frequentavam as unidades básicas de saúde de Jaguariúna e eram tratadas com medicamentos para diabetes ou hipertensão, somente oito tinham a glicemia ou a pressão arterial sob controle. Este número saltou para 40 após o Vida de Saúde. “Quem não controla a doença fatalmente terá problemas mais sérios e gerará altos custos para a medicina terciária. Com esta melhora, as chances de agravamento do estado de saúde caem de forma drástica, o que torna o investimento na prevenção muito barato”, destaca. “Combater o sedentarismo e a má alimentação é uma questão de saúde pública.”

Outro ganho de longo prazo proporcionado pela adoção de hábitos saudáveis, segundo o especialista, diz respeito ao envelhecimento da população. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil tem a quinta maior população idosa do mundo: 27,8 milhões de pessoas. São 13,7% da população geral com 60 anos ou mais. Estima-se que, em 2030, este número ultrapassará o de crianças até 14 anos. Análise da Fundação Oswaldo Cruz revela que um terço dos idosos brasileiros apresenta alguma limitação funcional. “Possibilitar que as pessoas mantenham a autonomia na melhor idade é a única maneira de continuarem ativas e produzindo. Além de representar economia para a saúde, é uma das saídas para o problema previdenciário”, opina Atalla.

Perspectivas

Em uma próxima etapa, dados como níveis séricos de proteína C-reativa, medida da circunferência abdominal e índice de massa corporal, obtidos em 8 mil pessoas no início do projeto, servirão para verificar a associação com redução de mortalidade, diminuição na incidência de câncer e melhor controle de doenças crônicas. O método é semelhante à Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), levantamento anual realizado pelo Ministério da Saúde em todo o país.

“Se buscássemos nas estatísticas de mortalidade suas verdadeiras causas, encontraríamos fatores ligados ao estilo de vida, como obesidade, sedentarismo e tabagismo. Na verdade, fatores de risco que podem ser reduzidos ou eliminados”, afirma o secretário de Comunicação Social da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Claudio Ferrari. “O problema é que mudar esses hábitos se revela extremamente difícil. Muitas vezes, apenas boa vontade não resolve”, alerta.

Para o Dr. Gilberto Amorim, membro da Diretoria da SBOC, no mundo todo as pessoas estão cada vez mais sedentárias e comendo alimentos industrializados com componentes para melhorar o sabor e conservá-los por um tempo maior. “Temos uma epidemia com mais de 2 bilhões de pessoas no planeta com sobrepeso ou obesidade. Somada ao tabagismo, essa epidemia provocará um aumento exponencial de casos de doenças cardiovasculares e câncer nos próximos anos”, prevê.

Última modificação em Quinta, 23 Março 2017 20:40

Pesquisar