Com participações da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), começou nesta terça-feira, 16 de setembro, em São Paulo, o 12º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC). O evento, organizado pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer, reúne algumas das principais vozes da oncologia nacional, entre gestores, profissionais de saúde e pacientes.
A Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, esteve presente no evento e descreveu a realidade da oncologia brasileira como paradoxal. “Nunca houve tantas opções terapêuticas em oncologia, mas o acesso a elas permanece um desafio crítico”, pontuou.
“A SBOC considera inadmissível o cenário de limitações terapêuticas no SUS, e inadiável a efetivação do plano técnico para viabilizar a incorporação. Nesta linha, foi criado o Comitê de assessoramento da SBOC ao Ministério da Saúde”, disse. “No setor privado, os desafios de acesso também são crescentes e o tema é transversal: começa na autonomia profissional, passa pela sustentabilidade do setor e culmina no direito inalienável do paciente a viver mais e melhor”, completou.
“Que este congresso seja mais um marco no avanço desse debate, unindo ciência, política pública e sociedade civil em torno de um compromisso comum: tornar o cuidado oncológico no Brasil não apenas tecnicamente excelente, mas também justo, acessível e humano”, concluiu a Presidente da SBOC.
Algumas das principais ações da Sociedade de apoio à implementação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer foram destacadas pelo Diretor da SBOC Dr. William William, durante a mesa de abertura do evento. Entre elas, ele também destacou o estabelecimento recente do canal de comunicação mais direto com o Ministério da Saúde.
Nestas reuniões, que geralmente acontecem todas as semanas, a Sociedade atua como assessora e conselheira do Ministério da Saúde em temas cruciais para o paciente oncológico, incluindo a importância do cuidado integral e multidisciplinar no sistema público.
Uma das ações mais consolidadas da SBOC está na parte assistencial e na reflexão sobre como promover mais acesso dos pacientes com câncer aos tratamentos que estão disponíveis no país, mas não ao alcance de grande parte dos indivíduos. Durante o evento, Dr. William mencionou documento público, produzido recentemente pela SBOC, elencando uma série de tópicos a serem considerados pelos gestores na hora de planejar os cuidados oncológicos no Brasil.
“As propostas incluem a utilização do Índice de Priorização da SBOC para elencar tecnologias que devem ter maior prioridade, a exploração de modelos sustentáveis de distribuição de tecnologias, como compras centralizadas e substituições de medicamentos dentro da mesma classe, e o fomento de parcerias público-privadas para a produção nacional de medicamentos”, resumiu.
O oncologista clínico também lembrou da importância da atuação da SBOC em prol da disseminação de conteúdo científico de qualidade. “Neste ano, a nossa Sociedade está lançando uma plataforma educacional que deixaremos à disposição do Ministério. Além disso, nessa interação com o governo existe atenção especial da SBOC em relação ao fomento da pesquisa clínica em Cacons e Unacons”, relatou.
O debate também contou com a perspectiva de outros especialistas. Dr. Roberto Gil, diretor do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e ex-presidente da SBOC (Gestão 2003-05), ressaltou os desafios da implementação de políticas públicas, muitas vezes influenciadas pelo tempo político. Também reforçou a importância dessas políticas serem perenes e menos vulneráveis a mudanças governamentais.
O oncologista clínico chamou a atenção, ainda, para o problema da falta de dados precisos, já que sistemas muitas vezes registram apenas o tratamento, mas não a jornada do paciente, o que cria um “vício no dado” e um problema para análise e planejamento.
Em sintonia com essa visão, Dr. Nelson Teich, coordenador do Comitê de Políticas Públicas da SBOC, defendeu a necessidade de medir o que realmente faz a diferença para a população, e não apenas movimentos que podem causar a falsa sensação de progresso.
“A gente não pode confundir movimento com progresso”, disse. “É crucial medir o que está ocorrendo com as pessoas. Precisamos medir desfechos clínicos e mortalidade e, assim, garantir que as ações estejam realmente gerando resultados positivos para os pacientes”, argumentou o oncologista clínico e ex-ministro da Saúde, mestre em Economia da Saúde pela Universidade de York.
O evento seguirá até a próxima quinta-feira, 18 de setembro, quando a Diretora-Executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi, participará da mesa “Do advocacy à prática: fortalecendo associações de pacientes e superando barreiras no acesso às inovações”.
A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) foi representada por sua Presidente Eleita, Dra. Clarissa Baldotto, em evento do Instituto Nacional de Câncer, no Rio de Janeiro (RJ), realizado nesta quinta-feira, 28 de agosto, para debater estratégias de enfrentamento ao tabagismo e seus impactos na saúde da população.
O encontro, cujo tema foi “Cuidado Integral”, aconteceu em ocasião do Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, com o objetivo de mobilizar e conscientizar a população sobre os impactos sociais, políticos, econômicos e ambientais do tabaco.
Diretor-geral do INCA e ex-presidente da SBOC (Gestão2003-2005), Dr. Roberto de Almeida Gil, afirmou que o momento atual do Brasil exige reflexão. “Após décadas de queda no tabagismo, a gente percebe uma estabilização e uma certa tendência de aumento. É um alerta que temos que analisar”, disse.
Já a chefe da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do Ministério da Saúde, Maria José Giongo, ressaltou: “O tabagismo é uma grave ameaça à saúde global, responsável por mais de 8 milhões de mortes por ano, sendo 1,3 milhão delas decorrentes do tabagismo passivo”.
A especialista explicou ainda que o conceito de cuidado integral, no contexto do tabagismo, envolve reconhecer a dependência da nicotina como um fenômeno influenciado por múltiplos fatores.
“Devemos considerar uma escuta acolhedora e sem julgamentos, avaliação clínica, psicológica e psiquiátrica quando necessário, participação individual ou em grupos de cessação do tabagismo e apoio medicamentoso, se indicado”, completou.
Pesquisador do INCA, André Szklo destacou que o último estudo nacional de referência aponta cerca de 20 milhões de fumantes com 18 anos ou mais no Brasil. “Esse número pode ser ainda maior se incluirmos a população menor de idade, já que cada vez mais jovens têm aumentado sua participação entre os fumantes”, adicionou.
Os dados citados têm como base a última Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), realizada em 2019, que serve como norte para a formulação de políticas públicas no âmbito do Sistema Único de Saúde. Szklo chamou atenção também para o aspecto econômico da questão: “o cigarro brasileiro é muito barato, não há pressão econômica sobre esse produto, o que facilita a acessibilidade”.
“O tabagismo interfere no ambiente domiciliar, no ambiente de trabalho e, em última análise, afeta também o planeta. É uma ameaça ao meio ambiente, que impacta diretamente a existência humana”, finalizou.
O debate foi mediado pela jornalista e apresentadora da TV Brasil, Marília Arrigoni, e contou ainda com a participação da especialista da Divisão de Controle do Tabagismo e Outros Fatores de Risco do INCA, Vera Borges, e da vice-presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (ABEAD), Carolina Barros Ferreira da Costa.
Neste Agosto Branco, Mês de Conscientização Sobre o Câncer de Pulmão, a SBOC tem reforçado a importância de alertar para os riscos do tabagismo, principal causador da doença e também fator de risco para diversos outros tipos de câncer. Para ampliar esse debate, a Sociedade tem divulgado materiais baseados nos infográficos informativos sobre o tema.
Responsável: Comitê de Tumores Torácicos
Data: 26/08/2025
Medicamento: Alectinibe
Indicação: Câncer de pulmão não pequenas células
Dra. Sofia Vidaurre (Coordenadora do Comitê de Jovens Oncologistas da SBOC), Dr. Lucas Uratani (membro do Comitê de Jovens Oncologistas), Dra. Maria Cecilia Mathias (membro do Comitê de Ensino) e Dr. João Fogacci (Associado SBOC no Rio de Janeiro) conversam sobre formas de manter a atualização profissional e aprimorar conhecimentos após o término da residência.
A unidade da GNDI/Hapvida em São Paulo (SP) está buscando um oncologista clínico para atuar em regime ambulatorial, com pagamento acima da média de mercado e horários flexíveis. Interessados devem entrar em contato com o Dr. Jorge pelo telefone ou WhatsApp (11) 94370-5560 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
A unidade da GNDI/Hapvida em Porto Alegre (RS) está buscando um oncologista clínico para atuar em regime ambulatorial, com pagamento acima da média de mercado e horários flexíveis. Interessados devem entrar em contato com o Dr. Jorge pelo telefone ou WhatsApp (11) 94370-5560 ou pelo e-mail Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.
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A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) atualizou o seu Índice de Priorização de Medicamentos para Incorporação no SUS e Saúde Suplementar. O documento, criado para auxiliar na análise e incorporação de terapias oncológicas, foi revisado com base na experiência de sua aplicação, no avanço de evidências científicas e em contribuições de diversos especialistas.
A atualização visa aprimorar a clareza e a aplicabilidade do índice, reforçando sua função como ferramenta técnica para apoiar a tomada de decisões na saúde pública e privada. As modificações, segundo a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, refletem o compromisso da entidade com a transparência e a excelência técnica, buscando contribuir para um acesso mais equitativo e eficiente para pacientes com câncer no Brasil.
Os principais ajustes foram realizados com o objetivo de refinar o processo de avaliação dos medicamentos, tornando a metodologia ainda mais justa e alinhada às especificidades do cenário oncológico.
“Retiramos a variável que considerava a carga global da doença, pois ela penalizava os tumores raros”, explica Dra. Angélica. “Além disso, essa variável não levava em conta que tratamentos genéticos podem dar características raras a tumores que são, na verdade, comuns, o que tornava a análise menos precisa”, completa.
Outra mudança significativa foi o ajuste no peso do parâmetro de custo-efetividade. Segundo a presidente da SBOC, essa alteração foi necessária porque a saúde suplementar não possui parâmetros definidos, e o SUS apresenta situações específicas que precisam ser consideradas.
Por fim, o documento agora oferece um detalhamento maior das possíveis ações da SBOC. “A nova versão deixa mais claro e previsível quais serão as nossas ações com base na pontuação de cada tecnologia analisada, garantindo mais transparência ao processo”, adiciona Dra. Angélica.
O Índice se baseia nestes critérios principais para priorizar os medicamentos: benefício clínico, observância à lista de medicamentos essenciais da Organização Mundial de Saúde (OMS), necessidade clínica não atendida, parâmetros de custo-efetividade e impacto orçamentário.
Recentemente, o documento foi definido como base de um Grupo Técnico de Priorização de Tecnologias, constituído pela SBOC e pelo Ministério da Saúde com objetivo de atuar na priorização de tecnologias em diagnóstico e tratamento oncológico e instituído em julho de 2025. Esta é uma das propostas que a Sociedade encaminhou ao Executivo com sugestões e posições para o enfrentamento de desafios nos cuidados contra o câncer.
O documento, coordenado pelo diretor da SBOC Dr. André Sasse, tem como objetivo principal servir como um guia para gestores de saúde e tomadores de decisão, fornecendo um modelo claro e fundamentado para priorizar tecnologias que realmente impactam a vida dos pacientes. Com a aplicação do Índice, a SBOC pode identificar quais medicamentos possuem alto impacto clínico e econômico e, assim, defender suas incorporações de forma estratégica.
Além de Dr. Sasse e Dra. Angélica, também são autores do Índice a Presidente de Honra da SBOC, Dra. Anelisa Coutinho, o coordenador do Comitê de Políticas Públicas, Dr. Nelson Teich, o assessor jurídico, Tiago Farina Matos, e a diretora executiva Dra. Marisa Madi.