Da esquerda para a direita na foto, o Presidente da SBRT, Dr. Wilson de Almeida Jr; o Diretor de Relações Parlamentares da SBCO, Dr. Rodrigo Pinheiro; a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira; o Dr. Gustavo Nader Marta, da SBCO; e o Diretor do INCA, Dr. Roberto de Almeida Gil.
A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, e a Diretora Executiva da entidade, Dra. Marisa Madi, participaram nesta terça-feira, 09, em Brasília (DF), da última reunião do ano do
Conselho Consultivo do INCA (CONSINCA) – órgão colegiado que assessora o Ministério da Saúde nas ações de prevenção e controle do câncer.
Em sua participação, Dra. Angélica avaliou 2025 como um ano de "inflexão histórica" no enfrentamento da doença no país, mas reforçou a importância de se dar escala “ao que foi plantado”, garantindo financiamento e monitoramento das ações para que haja impacto real na vida das pessoas.
“Sabemos que transformar políticas em realidade é sempre um caminho complexo, marcado por desafios técnicos, financeiros e operacionais. Mas nenhuma longa travessia se inicia sem a coragem do primeiro passo”, comentou a oncologista.
Segundo a presidente, a SBOC permanece absolutamente disponível para contribuir com ciência, formação, dados, avaliação e construção técnica. “Seguiremos firmes, propositivos e críticos, quando necessário, sempre com o mesmo objetivo: reduzir desigualdades, ampliar acesso e melhorar desfechos em oncologia no Brasil”, enfatizou.
Ocorrida no auditório da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), a reunião contou com a presença do diretor do Departamento de Atenção ao Câncer do Ministério da Saúde, Dr. José Barreto Carvalheira; do diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA, Dr. Roberto de Almeida Gil; do coordenador de Equidade, Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas no Brasil, Dr. Jonas Gonseth-Garcia; da assessora do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) Luciana Vieira; entre outros representantes de Sociedades médicas e organizações da Sociedade civil.
Veja a seguir a fala na íntegra da Presidente da SBOC durante a reunião:

Dra. Angélica Nogueira durante reunião do Consica.
É com elevado senso de responsabilidade que falo hoje como Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica. O ano de 2025 marca, sem exageros, uma inflexão histórica na forma como o Ministério da Saúde passou a enxergar e enfrentar o câncer no Brasil.
Pela primeira vez, vemos uma abordagem técnica e política da real dimensão do câncer como problema de saúde pública. A criação do Departamento de Atenção ao Câncer representou muito mais do que uma mudança administrativa: ela sinaliza estrutura, prioridade e expectativa de continuidade – fundamental no cenário político. A publicação da Portaria da Assistência Farmacêutica em Oncologia, a consolidação da Política Nacional de Cuidados Paliativos e o lançamento do Programa Nacional de Navegação de Pacientes são iniciativas que, embora ainda embrionárias, são absolutamente estruturantes.
Esses projetos organizam o presente e redesenham o futuro do controle do câncer no Brasil. Um alinhamento concreto entre diagnóstico, tratamento, cuidado integral e acesso é fundamental para o enfrentamento da doença que será a 1ª causa de morte no país em 2030. Não há espaço para estratégias amadoras pela dimensão do problema.
A SBOC agradece o deferimento à nossa instituição e a aproximação construída com o Ministério da Saúde ao longo deste ano. Essa abertura ao nosso trabalho foi instrumental. Nossos membros, que estão na linha de frente do cuidado ao paciente com câncer, sentiram-se honrados e aliviado com a real possibilidade de contribuir para políticas públicas que enxerguem o câncer como ele deve ser enxergado: em sua totalidade, do rastreio ao cuidado paliativo, da ciência ao território, da inovação ao SUS.
O lema da SBOC em 2025 foi claro e proposital: vivemos uma verdadeira revolução do tratamento do câncer e não há avanço real sem acesso. E, no Brasil, nós sabemos que não há acesso sem comprometimento total do Ministério da Saúde. Esse comprometimento, pela primeira vez, não foi apenas discursivo — ele foi traduzido em estruturas, portarias, programas e políticas.
Um depoimento pessoal: foi emocionante, como oncologista, viver a entrega dos primeiros ADCs ao SUS em Guarulhos. Sonhei ali ser o início da quebra de uma história de assimetrias inaceitáveis. Entramos em 2026 com uma expectativa legítima de maior colaboração, novos projetos e, sobretudo, de consolidação do que foi iniciado.
Sabemos que transformar políticas em realidade é sempre um caminho complexo, marcado por desafios técnicos, financeiros e operacionais. Mas nenhuma longa travessia se inicia sem a coragem do primeiro passo. O que foi plantado em 2025 precisa agora ganhar escala, financiamento, monitoramento (isto é um papel muito relevante das instituições aqui presentes) e impacto real na vida das pessoas.
A SBOC permanece absolutamente disponível para contribuir com ciência, formação, dados, avaliação e construção técnica. Seguiremos firmes, propositivos e críticos, quando necessário, sempre com o mesmo objetivo: reduzir desigualdades, ampliar acesso e melhorar desfechos em oncologia no Brasil.
Que 2026 seja o ano da execução. Dois mil e vinte cinco mostrou que o caminho existe. Muito obrigada!

Seja um
Agenda de
Pesquisa
Consensos e
Biblioteca 