O recente diagnóstico de câncer de próstata do ex-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, reacendeu discussões sobre prevenção e tratamento dessa doença, que é a mais comum entre os homens no Brasil. Segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), são registrados cerca de 66 mil novos casos e quase 16 mil mortes por ano no país. A maioria dos casos apresenta evolução lenta e bons índices de controle quando diagnosticados precocemente. Entretanto, nos casos avançados, como o de Biden, que anunciou ter metástase óssea, os tratamentos têm passado por transformações significativas. Em entrevista a IstoÉ, o diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. André Sasse, destaca que “a doença metastática é sensível à hormonioterapia, com prognóstico razoavelmente bom, expectativas de respostas de longa duração”.
Dr. Sasse explica que, nesses casos, o tratamento é permanente e requer monitoramento constante para avaliar a eficácia da estratégia adotada. Ele ressalta: “Não podemos comentar especificamente o prognóstico do ex-presidente John Biden, porque não temos acesso aos detalhes, como biópsia e o quadro clínico. No geral, pacientes têm uma expectativa de vida longa. Quase sempre, isso significa alguns anos de controle da doença com tratamentos que interferem pouco na qualidade de vida, mas necessitam logicamente de uma avaliação intensa, em especial no começo do tratamento para verificar se a estratégia está funcionando”. Além disso, o especialista destaca que a testosterona funciona como um combustível para as células do câncer de próstata, e que o tratamento visa diminuir seus níveis no sangue, utilizando medicamentos que reduzem a testosterona, tornando os tratamentos menos agressivos e a doença controlável por mais tempo.