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WEEM Talks: SBOC recebe prêmio por valorização da ciência e promoção da equidade

Notícias Segunda, 04 Agosto 2025 15:25

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) teve a sua atuação reconhecida, na última sexta-feira, 1º de agosto, ao receber um prêmio na segunda edição do WEEM Talks (Women Engagement for Equity in Medicine), que neste ano teve como tema “Empatia como Estratégia de Cuidado”.

A homenagem foi pelo papel essencial da Sociedade na valorização da ciência, na promoção da equidade e no fortalecimento de práticas de cuidado centradas na paciente e no profissional de saúde. A honraria foi recebida pela presidente da entidade, Dra. Angélica Nogueira, que também foi uma das palestrantes do encontro.

Durante a sua palestra – “Desafios da Mulher Médica nos Espaços de Trabalho” –, a oncologista clínica afirmou que a participação feminina na medicina tem avançado no Brasil. “Segundo a Demografia Médica de 2025, as mulheres representam 50,9% dos médicos ativos no país – um crescimento significativo em comparação a 2020, quando eram 45,6%”, destacou.

Por outro lado, conforme comentou Dra. Angélica, apesar de serem maioria nesses espaços, a diferença salarial, assédio moral ou sexual e a dupla jornada ainda são alguns dos principais desafios presentes nas trajetórias de mulheres nos espaços de trabalho.

Por isso, explicou a especialista, a SBOC tem fortalecido iniciativas em prol da equidade de gênero na oncologia clínica, desde a criação do Comitê de Lideranças Femininas até a realização da pesquisa Liderança Feminina na Oncologia.

Este levantamento foi conduzido entre 2023 e 2024, junto do Instituto Datafolha, com a participação de 381 médicos associados à entidade em todas as regiões do país.

Ao apresentar os dados, Dra. Angélica destacou disparidades relacionadas à progressão de carreira. Enquanto 63% dos homens se dizem muito satisfeitos com sua trajetória profissional, entre as mulheres esse índice cai para 36%.

Para 87% das médicas entrevistadas, há barreiras para o crescimento na carreira, uma percepção compartilhada por 71% dos profissionais masculinos. O principal obstáculo apontado, entre as mulheres, foi o equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

Quando o recorte é diversidade, características pessoais como o gênero também foram apontadas como fatores que dificultam o avanço profissional. “Ao considerar o gênero feminino, a principal dificuldade de progressão na carreira está relacionada ao assédio: 61% das mulheres relataram já ter sofrido algum tipo de assédio, contra 23% dos homens”, detalhou a presidente da SBOC. “No entanto, 85% das pessoas assediadas, sejam homens ou mulheres, não reportam a situação”, complementou a oncologista.

Com base nesses dados, foi criado o projeto Mulheres na Oncologia, que estruturou ao longo de 2024 uma série de debates com especialistas sobre temas como assédio, síndrome da impostora, diferença salarial e os desafios de conciliar maternidade com a carreira. “Compilamos tudo em um guia. Cada tópico traz dados estatísticos mundiais e locais, além de propostas para superarmos essas barreiras”, comentou Dra. Angélica.

Também participaram da mesa a membro do Comitê de Oncogenética da SBOC, Dra. Patricia Prolla; a diretora do grupo WEEM, Dra. Fabiana Makdissi; a presidente da Federação das Associações Brasileiras de Ginecologia e Obstetrícia (FEBRASGO), Dra. Maria Wender; entre outras especialistas.

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