Uma notícia divulgada na última segunda-feira, 2 de junho, pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) em seu site, causou grande repercussão ao indicar que o Ministério da Saúde estaria propondo a criação de um curso de curta duração para formação de médicos especialistas . A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) tem acompanhado de perto este debate e se posicionará sempre em prol da qualificação profissional de excelência dos oncologistas clínicos.
De acordo com a notícia do Simers, o Ministério da Saúde enviou ofícios para que universidades federais indiquem profissionais que possam ser mentores no programa Serviços de Formação Especializada, a ser implantado. Eles trabalhariam com foco na formação prática e supervisionada em diversas especialidades. “Os cursos teriam duração de seis meses a um ano, enquanto uma residência médica dura de dois a cinco anos, dependendo da área”, enfatiza o Sindicato.
Um documento supostamente enviado ao Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) circula nas redes, no qual o Executivo teria solicitado indicações de mentores para a criação de um novo Serviço de Formação Especializada. No ofício, há previsão de cursos de 6 a 12 meses em áreas como “Oncologia clínica com ênfase em cânceres prevalentes”, “Cirurgia oncológica avançada multidisciplinar”, “Cirurgia oncológica com ênfase em tumores colorretais” e “Cirurgia oncológica com ênfase em tumores ginecológicos”, entre outras.
O assunto também foi divulgado pelo portal Estratégia MED, que traz informações do Ministério da Saúde desmentindo a afirmação do Simers. Segundo o Portal, a Pasta afirma que não há intenção de flexibilizar a formação de especialistas ou alterar regras de residência médica, mas apenas tratativas com instituições de ensino de excelência para uma formação complementar ao que já é regulamentado, com foco em cenários de prática do SUS e aprimoramento especializado.
A Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, explica que “como defensora da formação de qualidade para profissionais da saúde, a SBOC compreende a necessidade de que a população tenha mais acesso às diferentes especialidades médicas, mas considera fundamental na formação dos especialistas as residências médicas e os exames para obtenção do título de especialista.”
Ela explica que a SBOC segue acompanhando de perto este debate e está à disposição das autoridades para contribuir tecnicamente com ações que visem a qualificação profissional médica e o acesso da população a melhores cuidados de saúde.