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De Oncologista Clínica a paciente

Notícias Quinta, 28 Março 2019 13:15

Durante este mês, a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) está homenageando as mulheres compartilhando informações sobre prevenção e diagnóstico precoce dos tipos de câncer mais incidentes no público feminino. Mas vamos compartilhar também a história de uma de nossas associadas que, além de lutar contra o câncer como Oncologista Clínica, teve que enfrentar a doença em sua vida pessoal.

Mineira, de Uberaba, há 12 anos em São Paulo, Dra. Renata Colombo Bonadio, 30 anos de idade, conta que sempre gostou de oncologia, desde a faculdade. Mas o que realmente a fez escolher sua área de atuação foi o contato com os pacientes oncológicos. “Gosto muito desse contato. É gratificante dar o cuidado ao paciente em todos os aspectos. Quando alcançamos bons resultados, é recompensador comemorar junto com o paciente e, em qualquer que seja a situação, de alguma forma conseguimos ajudar. Então, sempre tem a relação de contribuição, independentemente do que aconteça”, diz a médica. E foram eles, seus pacientes, que a inspiraram em um dos momentos mais difíceis de sua vida.

No ano passado, após um dia normal de trabalho, Dra. Renata sentiu uma dor lombar, teve um pico febril e buscou atendimento médico, imaginando se tratar de uma infecção urinária. Após alguns exames, recebeu o diagnóstico: linfoma não-Hodgkin, um tipo de câncer que tem origem nas células do sistema linfático e que se espalha de maneira não ordenada. No caso da Dra. Renata, o linfoma começou no rim direito. “No mesmo dia em que eu havia realizado vários atendimentos como Oncologista, em poucas horas, me tornei paciente.”

A médica conta que o momento do diagnóstico não foi fácil. O apoio do marido, dos familiares, de amigos e dos colegas oncologistas foi fundamental, mas algo que também fez a diferença foi a inspiração em seus pacientes. “Como Oncologista, eu percebo que quando os pacientes são positivos, o tratamento flui melhor. Então, me inspirei nesses pacientes e decidi que ia encarar tudo isso de forma positiva”. Ela também focou em algo que sempre disse em seu trabalho: o câncer pode acometer qualquer pessoa. “Uma das maiores dúvidas e angústias do paciente é por que isso está acontecendo com ele. Algumas vezes existem fatores genéticos, hábitos que podem ter levado ao desenvolvimento da doença, mas em muitas outras vezes não há explicação. Então, eu sempre digo que pode acontecer com qualquer pessoa. E, claro, entendi que também poderia acontecer comigo”, diz Dra. Renata. O conhecimento técnico também a ajudou bastante, pois ela sabia das etapas pelas quais passaria e pôde se preparar para cada uma. “Me preparei para o tratamento, para os efeitos da quimioterapia. Eu cuidei do meu corpo para tolerar essas etapas. Eu sabia que era necessário passar por tudo aquilo.”

Em fase final de tratamento, Dra. Renata faz uma análise positiva sobre essa experiência e tem certeza de que a relação com seus pacientes nunca mais será a mesma. “A gente estuda muito, adquire conhecimento técnico e científico, mas é diferente quando você passa pela mesma experiência dos pacientes. Hoje eu sei o que eles sentem, sei das dificuldades físicas e psicológicas, das angústias, dos medos, da esperança, e também da alegria enorme quando vem o resultado de um exame com resposta completa. Eu vivenciei tudo isso e me sinto muito mais preparada, como pessoa e como médica, para cuidar deles.”

Não há uma forma efetiva de prevenção para o linfoma não-Hodgkin. No caso da Dra. Renata, o que fez a diferença para o sucesso do tratamento foi o diagnóstico precoce. Ela sentiu algo diferente e procurou investigar. O linfoma pode surgir em qualquer parte do corpo, e os sintomas dependem da sua localização. Caso se desenvolva em linfonodos superficiais do pescoço, axilas e virilha, formam-se ínguas (linfonodos inchados) indolores nesses locais. Se a doença ocorre na região do tórax podem surgir tosse, falta de ar e dor torácica. Quando se apresenta na pelve ou no abdômen, os sintomas são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta são febre, cansaço, suor noturno, perda de peso sem motivo aparente e coceira no corpo.

SEJA A MULHER DA SUA VIDA E DE OUTRAS VIDAS. Compartilhe essas informações sobre câncer com outras mulheres e utilize a hashtag #SBOCnoMêsDaMulher

Última modificação em Quinta, 28 Março 2019 13:25

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