Oportunidades para profissionais da oncologia

Equipe Grano

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O programa federal “Mais Acesso a Especialistas” foi pauta da conversa entre a Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira, e o secretário de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde do Ministério da Saúde, Dr. Felipe Proença, durante reunião ordinária do Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Câncer (Consinca), realizada na última segunda-feira, 23 de junho, em Brasília (DF). 

“Em oncologia clínica, o grande desafio está na distribuição dos especialistas pelo país. Com cerca de dois oncologistas por 100 mil habitantes, número considerado adequado pela OMS, o Brasil enfrenta concentração de especialistas em grandes centros”, explicou Dra. Angélica. “A SBOC preconiza a melhoria de condições de trabalho, em infraestrutura e da carreira médica no SUS para viabilizar o interesse dos oncologistas pelo interior do país”, acrescentou.

Diretora-Executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi afirma que a Sociedade também defende modelos e arranjos organizacionais inovadores que possam levar o conhecimento do oncologista clínico para a cobertura de etapas específicas da linha de cuidado do paciente com câncer em algumas regiões desassistidas. “Isso poderia ocorrer por meio de telemedicina e unidades de atendimento descentralizados, sob a liderança dos Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACONs) e Unidades de Alta Complexidades em Oncologia (UNACONs)”, comenta.  

Governo nega intenção em cursos relâmpagos para formar especialistas

Uma notícia divulgada no início do mês, pelo Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers) em seu site e replicada nas redes sociais, causou grande repercussão ao indicar que o Ministério da Saúde estaria propondo a criação de um curso de curta duração para formação de médicos especialistasSaiba mais aqui.

De acordo com o Ministério da Saúde, ao contrário do que foi “falsamente divulgado”, o governo federal, por meio do programa Agora Tem Especialistas, irá garantir investimento para a formação de mais médicos especialistas, seguindo todos os critérios reconhecidos pela Comissão Nacional de Residência Médica, do Ministério da Educação (MEC), ou da titulação da Associação Médica Brasileira.

O principal objetivo deste programa, informa a Pasta, é expandir o acesso a médicos especialistas em áreas prioritárias, como oncologia, cuidados cirúrgicos e procedimentos diagnósticos de alta demanda, especialmente em regiões com maior escassez de profissionais. 

Nessa terça-feira, 24 de junho, o Ministério da Saúde apresentou mais detalhes sobre o programa Agora Tem Especialistas. Entre elas, a possibilidade de hospitais privados e filantrópicos trocarem dívidas tributárias com a União por atendimento especializado para os pacientes do SUS. Segundo o governo, essa será uma das medidas do Programa para ampliar a capacidade de atendimento, a fim de reduzir a fila de espera por consultas, exames e cirurgias no SUS.

O Agora Tem Especialistas também prevê a criação de uma rede de diagnóstico de câncer e, para chegar às regiões mais distantes, a expansão da telessaúde e uso de carretas especializadas. Outra frente é a formação e o provimento de profissionais para ampliar a oferta de médicos especialistas no SUS.

Dra. Andrea Pereira (Coordenadora do Comitê Multiprofissional da SBOC), Ana Carolina Messias (Membro do Comitê Multiprofissional da SBOC), Islania Almeida Brandão Barbosa (Membro do Comitê Multiprofissional da SBOC) comentam os destaques da área apresentados no Encontro Anual da ASCO 2025.

Dra. Luciana Landeiro (Coordenadora do Comitê de Cuidados em Sobreviventes da SBOC) e Dra. Cecília Emerick (Médica paliativista) comentam os destaques da área apresentados no Encontro Anual da ASCO 2025.

Dr. Rodrigo Guedes (Diretor da SBOC), Dr. Rodrigo Munhoz (Coordenador do Comitê de Tumores de Pele da SBOC) e Dra. Erika Rocha (Comitê de Tumores de Pele da SBOC) comentam os destaques da área apresentados no Encontro Anual da ASCO 2025.

Dra. Veridiana Camargo (Coordenadora do Comitê de Sarcomas da SBOC) e Dr. Roberto Pestana (Comitê de Sarcomas da SBOC) comentam os destaques da área apresentados no Encontro Anual da ASCO 2025.

O Hospital Mario Gatti Campinas, em Campinas (SP), está buscando um oncologista clínico para integrar sua equipe às terças-feiras, das 7h às 19h, e às quintas-feiras, das 7h às 13h. Interessados devem entrar em contato em Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

Em artigo publicado na sessão "Letra de Médica", da Veja, a Presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Angélica Nogueira, destaca os avanços apresentados no Encontro Anual da ASCO 2025 em Chicago (EUA), ressaltando tanto inovações globais quanto iniciativas nacionais inspiradoras.

Ela comenta o estudo Serena 06, que detecta temporaneamente resistência ao tratamento do câncer de mama por exame de sangue — identificando o aumento do DNA tumoral circulante — “é que consegue avaliar a eficácia do tratamento por meio de exames de sangue, ermitindo intervir no tratamento antes que o tumor avance, com potencial impacto no seguimento de outros cânceres”.

Dra. Angélica também exalta um estudo brasileiro conduzido em Itaberaí (GO), que reduziu em 50% os diagnósticos tardios de câncer de mama em mulheres do SUS, fruto da combinação entre tecnologia, capacitação comunitária e descentralização de exames. Segundo ela, “mais que uma inovação tecnológica, esse modelo demonstrou o poder do sistema de saúde quando atua de forma integrada e territorializada” . Para a presidente da SBOC, iniciativas como essas, unindo ciência de ponta e políticas públicas, “animam para que uma nova realidade abra espaço cada vez mais tangível para que mais vidas sejam salvas”.

Leia na íntegra.

Da esquerda para a direita, Dra. Angélica Nogueira (SBOC), Dr. José Barreto Campelo (Ministério da Saúde), Dra. Ana Carolina Gifoni (ReBraCH), Dra. Patrícia Ashton-Prolla (SBGM), Dr. Roberto de Almeida Gil (INCA) e Marlene Oliveira (Lado a Lado pela Vida)

O Conselho Consultivo do Instituto Nacional de Câncer (Consinca) realizou nesta segunda-feira, 23 de junho, na sede da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) em Brasília (DF), mais uma reunião ordinária com o objetivo de assessorar o Ministério da Saúde na implementação da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer. Entre os temas abordados na reunião, ganhou destaque o impacto dos fatores genéticos na epidemiologia do câncer.

Membro do Comitê de Oncogenética da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e Diretora-Presidente da Rede Brasileira de Câncer Hereditário (ReBraCH), a oncologista clínica Dra. Ana Carolina Leite Vieira Costa Gifoni lembrou que os cânceres hereditários correspondem a cerca de 10% dos tumores no mundo, o que, no Brasil, representa cerca de 70 mil novos casos por ano. 

A especialista explicou que a avaliação oncogenética da população deve seguir uma abordagem ampla e sistêmica. Para isso, recomenda-se a utilização de um painel multigênico, que analisa, em um único exame, diversos genes ligados ao risco aumentado para câncer. “Estudos indicam que esse tipo de exame tem o melhor custo efetividade, desde que seja focado nos genes com maior relevância clínica, permitindo decisões mais precisas”, comenta.

Segundo Dra. Ana Carolina, a avaliação oncogenética possibilita um cuidado personalizado, com medidas como rastreamento intensivo e, quando indicado, cirurgias redutoras de risco, que podem diminuir tanto a incidência quanto a mortalidade em decorrência do câncer. “Trata-se de uma ferramenta estratégica e eficaz”, enfatizou. “A oncogenética no SUS, porém, precisa ir além da tecnologia do exame. Para ser realmente efetiva, é necessário contar com uma rede nacional articulada, protocolos clínicos claros, profissionais capacitados e um modelo de atenção que garanta o cuidado integral ao paciente”, acrescentou.

Ela terminou sua fala propondo a criação de um Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento de uma Linha de Cuidado Integral em Oncogenética no SUS.

A sugestão da Dra. Ana Carolina teve apoio da médica geneticista Dra. Patrícia Ashton-Prolla, membro da SBOC e da ReBraCH, mas representando na reunião a Sociedade Brasileira de Genética Médica (SBGM), e da Presidente da SBOC, Dra. Angélica Nogueira.

Dra. Angélica elogiou as constantes reuniões ordinárias do Consinca, o que demonstra o interesse da instituição em compreender cada vez mais as complexidades relacionadas à prevenção e controle do câncer no Brasil, e reforçou a importância da criação de grupos de trabalhos que possam avançar na implementação de iniciativas que respondam aos desafios apresentados e debatidos por esse Conselho.

“Assim como na estruturação de um serviço de oncogenética no SUS, a SBOC esta à disposição para prestar suporte ao Ministério da Saúde na área de assistência farmacêutica, pois desenvolvemos um Índice de Priorização de Medicamentos que pode ser usado como base para novas incorporações, ampliando o acesso da população a mais insumos oncológicos”, disse. 

Participaram ainda deste reunião do Consinca o secretário de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde, Dr. Mozart Salles; a representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) no Brasil, Elisa Pietro; a representante do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Luciana Vieira; o coordenador-geral da Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer, Dr. José Barreto Campelo Carvalheira; o diretor-geral do Instituto Nacional de Câncer (INCA), Dr. Roberto Gil; o representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Rodrigo Lacerda; a Diretora-Executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi; a Presidente do Instituto Oncoguia, Luciana Holtz, entre outros representantes da sociedade civil organizada.

Apresentado no congresso da ASCO 2025, o projeto desenvolvido em Itaberaí (GO) reduziu em 50% os diagnósticos tardios de câncer de mama ao capacitar agentes comunitários de saúde para realizar exames físicos, reorganizar os fluxos dentro da rede pública e integrar ferramentas digitais como os aplicativos Rosa e RosaWatch. A iniciativa, liderada pelo oncologista, professor titular da Universidade Federal de Goiás e associado da SBOC Dr. Ruffo Freitas Júnior, é baseada em tecnologia acessível, evidência clínica robusta e uso inteligente da estrutura já existente. “É uma situação caótica: 1 em cada 2 brasileiras tem diagnóstico de câncer de mama em estágio 3 ou 4”, alerta o Dr. Ruffo.

A presidente da SBOC, Angélica Nogueira, destaca que o impacto do projeto se dá justamente por atacar esse problema com eficácia e simplicidade. “Não existe nenhuma estratégia que seja superior ao diagnóstico precoce. Em um país complexo como o nosso, é preciso priorizar estratégias como essa”, afirmou à Folha de S.Paulo. Além de aumentar as chances de cura e reduzir a toxicidade dos tratamentos, o diagnóstico precoce representa também um alívio para os cofres públicos.

Leia na íntegra.

Na última terça-feira, 17 de junho, o Congresso Nacional derrubou o veto presidencial sobre o prazo indeterminado para o fornecimento de medicamento aos participantes de estudos no contexto da Lei 14.874, conhecida como Lei de Pesquisas Clínicas. Agora, a oferta será garantida por cinco anos, contados a partir da disponibilidade comercial do tratamento no Brasil, conforme texto original.

O Executivo defendia que os patrocinadores de pesquisas deveriam fornecer gratuitamente, sem limite de tempo, os métodos profiláticos, diagnósticos e terapêuticos que se mostrassem eficazes durante as pesquisas. Após o veto, o Governo Federal será comunicado da decisão legislativa e a Lei será promulgada.

Segundo Dr. Fábio Franke, membro do Conselho Fiscal e do Comitê de Pesquisa Clínica da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), esse veto era aguardado pelo setor e a definição deste prazo de fornecimento é um passo importante para tornar o Brasil competitivo, beneficiando tanto pacientes quanto investigadores.

“Isso abre a possibilidade do Brasil receber mais estudos clínicos. Quanto mais claras forem as regras e quanto melhor os prazos, melhor para o país. Essa decisão não retira nenhum benefício do paciente, que continuará recebendo o medicamento por até cinco anos, a partir da aprovação”, detalha o oncologista clínico.

Ele também explica que em casos específicos, onde não há terapias alternativas para o paciente, ele poderá continuar recebendo tratamento independentemente do prazo. “Se o medicamento, após cinco anos, ainda não estiver acessível para o paciente, é possível que ele continue recebendo o tratamento”, diz Dr. Franke.

A expectativa é que agora a legislação possa ser regulamentada. “Há uma possibilidade de que isso aconteça no próximo mês. Com isso, teremos uma lei ágil e moderna, tornando o Brasil protagonista no cenário da pesquisa clínica mundial”, completa Dr. Fábio Franke.

Desde o início dos debates sobre pesquisa clínica no Congresso Nacional, a SBOC desempenhou papel importante participando de audiências e consultas públicas. “Tivemos um papel ativo ao longo dos anos. Estamos muito felizes com essa lei, que reflete um dos objetivos da entidade, que é promover e divulgar a pesquisa clínica oncológica por todo o país”, afirma o oncologista da SBOC.