Portal SBOC

Eduardo Ramos

Eduardo Ramos

Evento acontecerá de forma integrada ao Congresso da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica na cidade do Rio de Janeiro 

A pesquisadora brasileira Dra. Elisabete Weiderpass, primeira mulher a ocupar o cargo de diretora-geral da Agência Internacional para Pesquisa em Câncer (IARC) – órgão vinculado à Organização Mundial da Saúde (OMS) – está entre os destaques da programação da IV Semana Brasileira da Oncologia, evento que acontecerá de forma integrada ao XXIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica, de 16 a 18 de novembro, na cidade do Rio de Janeiro. Ela participará da sessão plenária, ministrando a palestra “Epidemiologia do Câncer - perspectivas nos países de renda baixa e média e populações especiais”.

A IARC é a agência especializada em pesquisa sobre câncer da OMS, desempenhando dentro do sistema das Nações Unidas um papel crucial no monitoramento da carga global de câncer, identificação das causas da doença e desenvolvimento de medidas preventivas. “A estreita relação de trabalho entre a IARC e sua organização mãe, a OMS, permite que as descobertas de pesquisa da Agência sejam traduzidas de forma eficaz em políticas oportunas para o controle do câncer”, explica. “Isso se manifesta, por exemplo, na cooperação em termos de redução do uso do tabaco, implementação de vacinação contra vírus associados ao câncer ou na avaliação da eficácia de estratégias de prevenção”, acrescenta. 

Durante o congresso no Brasil, Dra. Weiderpass abordará a atuação da IARC na América do Sul, reconhecendo as condições socioeconômicas e ambientais únicas da região. “O IARC reconhece que as disparidades socioeconômicas na América do Sul podem levar a um acesso desigual aos cuidados de saúde e às medidas preventivas. Para enfrentar isso, o IARC colabora ativamente com as autoridades de saúde locais e organizações para promover estratégias de prevenção do câncer que sejam contextualmente relevantes”, explica a especialista. 

Nos últimos anos, IARC tem buscado desenvolver diversas estratégias para atender às necessidades dos países de renda média e baixa no que diz respeito à pesquisa e prevenção do câncer. A agência também fornece orientação baseada em evidências para políticas de saúde, avalia a eficácia do rastreamento de diferentes tipos de câncer e desempenha um papel fundamental na disseminação do conhecimento por meio de publicações, conferências e programas de treinamento. “Essas ações visam aprimorar a pesquisa, prevenção e tratamento do câncer em regiões com recursos limitados, alinhando-se com as necessidades específicas dessas áreas”, completa Dra. Weiderpass.

A presença da Dra. Elisabete Weiderpass no Congresso da SBOC destacará a necessidade de pesquisa, políticas baseadas em evidências, capacitação, educação e conscientização, bem como a importância de compartilhar as melhores práticas internacionais. A palestra promete trazer insights valiosos e estratégias relevantes para o contexto da oncologia no Brasil e em países de renda média e baixa, reforçando o compromisso da IARC em combater o câncer globalmente.

O lema do XXIV Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica deste ano, organizado pela Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), é "Acesso e equidade", enfatizando a importância da necessidade da ampliação da oferta dos serviços de prevenção e controle do câncer no país, reconhecendo as disparidades significativas no sistema de saúde brasileiro.

SESSÃO PLENÁRIA: IV SEMANA BRASILEIRA DA ONCOLOGIA

Cancer Epidemiology - perspectives for low and middle-income countries and special populations - Dra. Elisabete Weiderpass

Data: 17/11

Horário: 16h15

 

 

Todos os anos, inúmeros novos produtos são testados e desenvolvidos com o objetivo de tratar e curar vários tipos de câncer. O processo pelo qual essas novas tecnologias são avaliadas é definido e amplamente aceito com base em normas de pesquisa científica, desde pesquisas pré-clínicas até estudos em humanos para avaliação de segurança e eficácia da terapia. Durante esse período de desenvolvimento, muitas abordagens experimentais não confirmam os resultados iniciais animadores e outras demonstram de fato um avanço no tratamento oncológico. 

Recentemente, reportagens divulgadas na mídia brasileira relataram o caso de um paciente com câncer de próstata incurável que foi submetido a um procedimento denominado “túnel térmico do cérebro” (“brain temperature tunnel”, ou BTT, na sigla em inglês) e que atingiu a remissão da doença, mesmo sem ter realizado nenhum tratamento adicional com terapias aprovadas contra a doença. 

Essa terapia foi inicialmente desenvolvida como um aparelho com objetivo de monitorar a temperatura cerebral e recebeu autorização da agência regulatória americana (FDA) para tal finalidade. Posteriormente, porém, ela foi divulgada como tratamento eficaz para problemas neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer, mesmo sem ter apresentado evidências científicas ou resultados positivos em testes clínicos para tais finalidades. 

Alguns pontos da notícia sobre essa possível remissão do câncer de próstata merecem atenção. Em primeiro lugar, é importante enfatizar que tratamentos atuais com bloqueadores hormonais contra o câncer de próstata em estágio IV ou metastático são eficazes, seguros e podem levar à remissão da doença em alguns casos, mesmo sem uso de quimioterapia. Além disso, não se tem dados detalhados do caso apresentado, já que não houve até o momento nenhuma publicação em revista científica após revisão dos pares, o que seria um primeiro passo para documentar a suposta evidência de benefício desse tratamento experimental. Outro ponto relevante é a ausência de registro de estudo clínico avaliando essa nova tecnologia em pacientes com câncer, o que seria fundamental para gerar dados conclusivos da real eficácia de qualquer tratamento tido como promissor. 

Desta forma, enquanto vemos com otimismo a melhora clínica descrita no caso divulgado, esse fato não é suficiente para concluirmos que tal tecnologia é eficaz contra o câncer. Como pesquisadores e médicos interessados no melhor para os pacientes, acreditamos que toda nova tecnologia deve ser testada em estudos clínicos sérios antes de ser usada indiscriminadamente em pacientes oncológicos.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) faz questão de contribuir no esclarecimento dessas mensagens, além de qualquer outra que envolva o cuidado oncológico de forma geral na população.

                                                                                                                                                                          DIRETORIA SBOC (GESTÃO 2023)

 

Nessa segunda-feira, 24 de abril, a diretora-executiva da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dra. Marisa Madi, participou do Fórum de Oncologia realizado durante o primeiro dia do 32o Congresso da Federação das Santas Casas e Hospitais Beneficentes do Estado de São Paulo (Fehosp), em Atibaia (SP).

Ela abriu a sessão com a palestra “Os esforços da SBOC para fortalecer a gestão das linhas de cuidado do paciente com câncer”, discutindo a atenção a esses indivíduos e apresentando as ações da entidade nos processos de avaliação de tecnologias, tanto na atenção privada, pelo Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde), quanto pública, nos foros do Sistema Único de Saúde (SUS).

Sobre o sistema público, Dra. Marisa comentou sobre o problema da inequidade no acesso a tratamentos sistêmicos oncológicos entre os diferentes hospitais habilitados no SUS, questão levantada em 2014 no artigo publicado no Brazilian Journal of Oncology: “Diferenças no tratamento sistêmico do câncer no Brasil: meu SUS é diferente do teu SUS”. Trata-se de um estudo que aponta como as diferentes composições de financiamento do serviço (faturamento, orçamento público, subvenções e doações) podem definir como o paciente será tratado, devido ao modelo de financiamento da oncologia.

“Nessa linha, refletimos sobre as disparidades encontradas na Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec), com tratamentos aprovados que não chegam ao paciente. Foi uma discussão proveitosa, em um evento para hospitais prestadores de assistência oncológica para o SUS, uma parte muito afetada por essa questão, já que muitas vezes as instituições não conseguem adquirir quimioterápicos por conta do valor ressarcido pela Autorização de Procedimentos Ambulatoriais (APAC)”, relata a diretora-executiva da SBOC.

O Fórum de Oncologia foi coordenado por Tiago Farina Matos, advogado sanitarista e assessor jurídico da SBOC, e contou com a participação de especialistas de diferentes espectros do ecossistema do cuidado do câncer. O 32o Congresso Fehosp segue até a próxima quinta-feira, 27 de abril.

Em seu artigo publicado pelo Portal iG Delas, a Dra. Daniela Dornellas Rosa, diretora da SBOC, explica como funciona o caminho de uma tese científica e a importância de um olhar sobre todos os dados apresentados na divulgação de um documento como este.

Para a especialista, em qualquer tipo de câncer existe um balanço entre fatores de risco e fatores protetores, sendo fundamental reforçar que outras ações têm impacto ainda maior na saúde das mulheres como o consumo de álcool, por exemplo, socialmente bastante aceito na nossa população.

Além disso, ela ressalta que os contraceptivos hormonais estão associados ao benefício do controle de natalidade e também funcionam como fatores de proteção contra câncer de ovário (redução de 33% no risco) e de endométrio (redução de 34% no risco) 4,5.

“Nós, oncologistas, precisamos contribuir ainda mais para que a divulgação científica seja realizada de maneira responsável e clara para que o público tenha à disposição informações consistentes, sem induzir o risco de pânico generalizado e possível disseminação de notícias falsas. Sabemos que o modo no qual uma questão de saúde é enquadrada afeta a opinião pública, influencia o comportamento individual e desempenha um papel central no processo da formação das políticas de saúde”, explica Dra. Daniela Dornellas Rosa, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica.

Confira a matéria na íntegra

Em decorrência do Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, celebrado em 8 de fevereiro, o Senado Federal realizou na última sexta-feira, 14 de abril, uma sessão especial sobre a data, que tem o objetivo de promover a conscientização da população sobre a doença. Dr. Gustavo Fernandes, coordenador do Comitê de Defesa Profissional e ex-presidente da entidade (Gestão 2015-2017), representou a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) na ocasião.

“É um dia de comemorarmos e aplaudirmos os pacientes – pela coragem que têm – e os médicos e profissionais de saúde envolvidos na condução dos casos de câncer, mas lembremos que teremos 700 mil casos ao ano no próximo triênio. Em cinco anos, 3,5 milhões de pessoas vão adoecer”, comentou Dr. Gustavo Fernandes. “Se calcularmos uma taxa de mortalidade de 20%, teremos 700 mil óbitos - número aproximado de óbitos da pandemia de Covid-19. Isso acontece todos os dias na nossa frente”, acrescentou.

Em seu entendimento, é preciso agir para mitigar essa situação e isso deve começar com métodos de rastreio, screening e diagnóstico precoce. Depois de meios adequados de diagnóstico, é preciso garantir aos indivíduos o acesso ao tratamento curativo. “Isso não se faz sem política, vontade, conhecimento e recursos. Precisamos de fomento, inteligência e priorização para diagnósticos e terapias, já que o câncer será a doença que mais mata no Brasil em 2028”, argumentou o oncologista clínico.

“Nosso desejo na SBOC, que representa os médicos que enfrentam o câncer junto com os pacientes e outros especialistas e profissionais da saúde, é viver um país com acesso mais equânime. Sofremos ao enxergar alguém que poderia ter sido salvo com um exame de custo razoável. Que com um diagnóstico precoce poderia ter tido sua vida poupada. Esse é um sentimento com o qual nos deparamos todos os dias”, disse o ex-presidente da Sociedade.

A sessão especial foi uma demanda do senador Styvenson Valentim (Podemos/RN). Também participaram: o senador Eduardo Girão (NOVO/CE), Aldo da Cunha Medeiros, presidente da Liga Norte-rio-grandense Contra o Câncer, Marlene Oliveira, presidente do Instituto Lado a Lado pela Vida, Maria Ângela Marini, presidente da Abrace, Arisson Tavares, escritor e autor do livro “O pequeno príncipe careca”, e, entre outros, Luci Ishii, representante da Associação Brasiliense de Apoio ao Paciente com Câncer.

Nesta quinta-feira, 13 de abril, o presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), Dr. Carlos Gil Ferreira, e a diretora-executiva da entidade, Dra. Marisa Madi, foram recebidos na sede da Associação Médica Brasileira (AMB) pelo presidente Dr. César Eduardo Fernandes. O encontro serviu para que ambas as instituições renovassem a parceria existente e planejassem novas possibilidades de colaboração.

Este foi o primeiro encontro entre as lideranças das instituições desde que a Diretoria 2023 assumiu a Sociedade, em janeiro. Entre os diversos pontos debatidos, Dr. Carlos Gil apresentou algumas das últimas ações da SBOC em relação à governança e a seu planejamento estratégico para os próximos anos, bem como ressaltou a atuação da entidade nas discussões sobre políticas públicas, acesso à saúde e incorporação de medicamentos nas redes pública e privada.

“Somos uma instituição filiada à AMB e a nossa parceria é perene, trabalhando em conjunto pelo fortalecimento do associativismo médico, da saúde brasileira e dos oncologistas clínicos que representamos. Fomos informados de que a entidade nacional pretende se aproximar ainda mais das sociedades de especialidade e estamos à disposição para colaborarmos cada vez mais”, comenta o presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira.

Neste sentido, segundo o oncologista clínico, foram feitos alguns compromissos entre as Diretorias. A AMB terá participação mais ativa e um espaço na área de exposições do Congresso SBOC 2023 e da IV Semana Brasileira da Oncologia, realizados em 16 e 18 de novembro deste ano, no Rio de Janeiro. Também foi renovado convênio que posiciona a SBOC como representante da AMB nos temas que concernem à oncologia clínica.

“Apresentamos, ainda, as melhorias realizadas no exame para obtenção do Título de Especialista em Oncologia Clínica (TEOC), emitido em conjunto pelas instituições desde 2018. O workshop que realizamos recentemente é uma das ações nesse sentido, com os responsáveis analisando provas e resultados dos anos anteriores com o intuito de preparar um exame cada vez melhor”, explica a diretora-executiva da SBOC, Dra. Marisa Madi.

A Sociedade também tem participado ativamente dos fóruns da AMB, representada sobretudo pelo presidente Dr. Carlos Gil Ferreira ou pelo coordenador do Comitê de Defesa Profissional, Dr. Gustavo Fernandes.

A demanda por cirurgias oncológicas na rede pública de saúde foi a pauta do jornal DFTV. Pacientes reclamam que tiveram o tratamento interrompido devido à longa espera na fila do procedimento da retirada da mama.

Na entrevista, a diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Dra. Angélica Nogueira, alertou que o tempo de fato é muito importante para o paciente. “Nesse contexto de pacientes que já iniciaram o tratamento, que fizeram a quimioterapia e que cirurgia parte desse fluxo de tratamento, o atraso nessa cirurgia pode perder o que paciente já foi submetido, sendo muitas vezes necessário mais quimioterapia do que paciente poderia receber, o que pode implicar maior toxicidade, na redução do risco de cura do paciente se cirurgia não é feita no momento oportuno”.

Confira a matéria na íntegra

Atraso de mais de um milhão de mamografias em 2020, essencialmente por conta da pandemia, impactou custos de tratamento e mortalidade por diagnósticos tardios

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) e publicado no BMC Health Services Research revelou que a pandemia da COVID-19 teve um impacto negativo na atenção ao câncer de mama no SUS: cerca de um milhão de mamografias não foram realizadas em 2020.

Em entrevista à Revista Veja, que repercutiu os dados da pesquisa, a oncologista clínica Angélica Nogueira Rodrigues, diretora da SBOC, ressaltou que o dado traz um alerta importante: “O atraso no diagnóstico do câncer de mama tende a aumentar os casos de doença avançada, os custos do tratamento e da mortalidade”.

Dra. Angélica ponderou ainda que os avanços da medicina possibilitaram boas perspectivas de cura do câncer de mama, mesmo os mais agressivos, mas a pandemia sobrecarregou o sistema público impactando o rastreio que leva ao diagnóstico precoce.

Neste cenário de represamento de diagnósticos, revelou a pesquisa, o custo do tratamento quimioterápico foi maior em 2020, tanto nas doenças avançadas, R$ 465 milhões contra quase R$ 438 milhões em 2019, quanto nas localizadas, R$ 113 milhões contra R$ 111 milhões.

Confira a reportagem na íntegra no site da Veja

SBOC lança o guia “Manejo de toxicidades relacionadas aos inibidores de CDK 4/6”

.

 

Na próxima sexta-feira, 10 de março, das 9h às 12h, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) irá realizar audiência publica para debater sobre o uso de Darolutamida para câncer de próstata metastático hormônio-sensível em combinação com Docetaxel; e de Olaparibe em associação a Bevacizumabe para carcinoma epitelial avançado de ovário.

Ambas as tecnologias tiveram recomendação inicial de não incorporação ao Rol de Procedimentos da Agência, a lista que indica quais medicamentos e procedimentos devem ser cobertos pelos planos de saúde.

A ideia da audiência é enviar contribuições, críticas e informações para subsidiar a ANS na tomada de decisão sobre as propostas. O evento será remoto e transmitido pelo YouTube da instituição. Para participar, basta inscrever-se até às 17h do próximo dia 9 de março.

Além da discussão pública, a Agência abriu a possibilidade de contribuição, até 21 de março, por meio da Consulta Pública (CP) nº 107. No endereço, é possível conferir o parecer desfavorável e o relatório do Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde), além de deixar comentários e opiniões sobre a incorporação.