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Faculdade de Medicina da USP realiza estudo de rastreamento de câncer colorretal com 16 mil pessoas em São Paulo

Notícias Quinta, 01 Dezembro 2016 16:33

Está em andamento em sete bairros da Zona Leste de São Paulo um estudo de rastreamento de câncer colorretal. Realizado por pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), o estudo deve chegar a 16 mil pessoas. Até agora, já foram coletadas 3 mil amostras de fezes para pesquisa de sangue oculto por teste imunoquímico. “O rastreamento de câncer colorretal é algo que tem ganhado consistência. Há vários estudos que mostram que a detecção precoce realmente funciona porque pode indicar a presença de pólipos, possibilitando diminuir tanto a incidência quanto a mortalidade da doença”, explica o Dr. José Eluf, professor titular do Departamento de Medicina Preventiva da FMUSP e coordenador da pesquisa.

O Dr. Eluf lembra da importância do rastreamento desse tipo de tumor, já que ele é o terceiro que mais acomete homens e mulheres brasileiros, excluindo o câncer de pele não melanoma. No estado de São Paulo, é o segundo tipo de tumor mais comum, também excluindo o câncer de pele não melanoma. “A ideia da pesquisa é avaliar se seria viável implantar o rastreamento da doença na rede pública de saúde do estado de São Paulo”, explica o Dr. Eluf.

Parceria com a Atenção Básica de Saúde

A pesquisa da FMUSP está sendo conduzida com a participação de agentes da Atenção Primária à Saúde (APS) Santa Marcelina, parceira da Secretaria Municipal de Saúde na gestão de Unidades Básicas de Saúde (UBS) da rede municipal de São Paulo. “A APS Santa Marcelina é uma das instituições pioneiras em estratégia de saúde da família em São Paulo”, explica o Dr. Eluf. O rastreamento tem também a participação do Hospital das Clínicas (HC) da FMUSP e do Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp), além do apoio das Secretarias Municipal e Estadual de Saúde de São Paulo.

As amostras que estão sendo colhidas são da população com idade entre 50 e 75 anos, faixa etária em que o benefício do rastreamento da doença é maior. Moradores cadastrados em UBSs da região são convidados a participar pelos agentes de saúde, que, durante visitas aos domicílios, entregam o kit para a coleta das fezes. “Realizar diagnóstico precoce é algo que salva vidas. Esperamos que o resultado da pesquisa seja positivo e que o modelo possa ser replicado”, afirma o Dr. Gustavo Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). “Contar com o apoio de agentes de saúde é algo que pode facilitar a implantação de programas de rastreamento como este, já que ele está em contato constante com os moradores”, diz o Dr. Fernandes.

Encaminhamento

As pessoas que apresentarem resultado positivo no teste imunoquímico serão encaminhadas para realização de colonoscopia no HC. Segundo o Dr. Eluf, a pesquisa permitirá medir também a adesão da população a essa segunda fase do processo. “Se houver diagnóstico de neoplasia maligna, os casos serão direcionados para tratamento oncológico no Icesp”, afirma o Dr. Eluf.

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