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Equipe Grano

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A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) acaba de lançar um inédito material em português sobre o manejo de toxicidades relacionadas aos inibidores de quinases dependentes de ciclina (iCDK 4/6) palbociclibe, ribociclibe e abemaciclibe, que representam um importante mecanismo no tratamento do câncer de mama, usualmente combinado à hormonioterapia.

O câncer de mama luminal, que expressa receptores hormonais, é o subtipo mais comum, ocorrendo em aproximadamente 60% dos casos de câncer de mama na pré-menopausa e em 75% dos casos na pós-menopausa. Por isso, tem crescido a relevância dos iCDK4/6, cada vez mais utilizados para aumentar a efetividade do tratamento desse tipo de tumor.

“Essa nova classe de agentes modifica sobremaneira a eficácia da hormonioterapia, mas traz uma complexidade adicional do ponto de vista de manejo e de profilaxia de efeitos colaterais”, avalia Dr. Artur Katz, editor e um dos idealizadores do guia “Manejo de toxicidades relacionadas aos inibidores de CDK 4/6”. “Quando essas drogas entraram no nosso repertório, me preocupei em tentar uniformizar para os colegas um manual que pudesse descrever o melhor uso”, acrescenta.

A SBOC reuniu, então, diversos especialistas no tema para a produção do guia, que já está disponível para consulta gratuita, e produziu um podcast especial sobre o material a ser lançado em 17 de março, sexta-feira, com participação do Dr. Katz e dos outros dois editores da publicação: Dr. Carlos Henrique dos Anjos e Dra. Daniela Dornelles Rosa.

Dra. Daniela Rosa, membro da atual diretoria da SBOC, chama atenção para o fato de que, em breve, os inibidores serão de uso amplo e a consulta ao guia poderá ser um facilitador. “A incorporação dos inibidores de ciclinas ainda não está acontecendo, na prática, no Sistema Único de Saúde, mas esperamos que ocorra em breve. Daqui a pouco, mesmo os oncologistas não familiarizados com a droga terão de saber usá-la”, ressalta.

Para Dr. Carlos dos Anjos, foi um prazer participar da criação do manual, que contou ainda com a autoria dos seguintes associados titulares da SBOC: Dr. Cristiano Resende, Dr. Daniel Argolo, Dra. Daniele Assad, Dra. Debora Gagliato, Dr. José Bines, Dra. Laura Testa, Dra. Luciana Landeiro, Dr. Pedro Exman, Dra. Rachel Cosseti, Dr. Ricardo Marques, Dr. Sergio Simon e Dr. Tomás Reinert.

“Conseguimos reunir um número substancial de colegas da SBOC habituados ao uso de inibidores de ciclinas, o que tornou o material bastante rico. É uma produção interessante, pois poucas entidades detêm esse tipo de guia. Do ponto de vista prático, será muito útil para os associados e oncologistas brasileiros terem um material em português sobre o tema”, comenta Dr. Carlos dos Anjos.

Este e outros guias elaborados pelos membros da Sociedade podem ser acessados aqui. Acompanhe as redes sociais da entidade para ser notificado sobre o lançamento do próximo Podcast SBOC, disponível neste endereço ou no seu tocador favorito.

A Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) participou nesta sexta-feira (10) de mais uma Audiência Pública da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) para Incorporação ao Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde. A reunião teve como objetivo discutir tecnicamente a recomendação de medicamentos de câncer de próstata metastático hormônio-sensível e de carcinoma epitelial avançado de ovário. Ambos os tratamentos haviam tido recomendação inicial de não incorporação ao Rol da ANS, a lista que indica quais medicamentos e procedimentos devem ser cobertos pelos planos de saúde.

Entre os debatedores, estavam a coordenadora do Comitê de Tumores Geniturinários da SBOC, Dra. Mariane Dias; Dr. Eduardo Paulino, membro do Comitê de Tumores Ginecológicos; Dra. Angélica Nogueira, diretora da SBOC e coordenadora do Comitê de Tumores Ginecológicos; Dr. André Sasse, membro do Comitê de Políticas Públicas, e Tiago Farina Matos, assessor jurídico da instituição.

“A SBOC tem divulgado as audiências públicas de incorporação da ANS com o intuito de aumentar o engajamento dos oncologistas nesses debates. As discussões sobre medicamentos ficam muito mais qualificadas quando há representação médica capacitada”, comenta Dra. Marisa Madi, diretora-executiva da Sociedade, que também acompanhou a audiência pública.

A Consulta Pública (CP) nº 107 sobre os medicamentos debatidos hoje segue aberta até 21 de março. Os especialistas podem conferir o parecer já apresentado pelo Comitê Permanente de Regulação da Atenção à Saúde (Cosaúde) e deixar contribuições, críticas e informações para subsidiar a ANS.

Para acompanhar as discussões sobre incorporação na Agência e outros fóruns sobre medicamentos e tecnologias da oncologia, acompanhe o site e as redes sociais da SBOC, que tem participado dos principais espaços de debate do país sobre saúde pública e privada.

Em alusão ao Dia Internacional das Mulheres (8 de março), a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) promoveu uma atividade especial com sua equipe de colaboradores para refletir sobre o acúmulo de tarefas na população feminina. Participaram como convidadas especiais a Dra. Maria Ignez Braghiroli, membro da Diretoria da SBOC e do Comitê de Lideranças Femininas da entidade, e a psiquiatra Dra. Mayra Stefanini, que tem atendido cada vez mais pacientes mulheres com casos de síndrome de burnout.

Durante o debate, que pode ser assistido neste link, foram apresentados diversos casos de sobrecarga de trabalho nas mulheres, como as evidenciadas no estudo internacional “Das ideias para a ação: Igualdade de gênero na esteira da covid-19. De acordo com essa pesquisa realizada pela ONU Mulheres em parceria com a organização não governamental WomenCount, durante a pandemia de covid-19, 49% das mulheres tornaram-se responsáveis pela limpeza da casa, 37% por cozinhar e 37% por cuidarem dos filhos. Entre os homens, esses índices foram bem menores: 33%, 16% e 26%, respectivamente.

No ambiente profissional, a disparidade de gênero também tem sido notada. Segundo a consultoria McKinsey, no seu relatório “Mulheres no Local de Trabalho”, as executivas seniores apresentam maior propensão a se sentirem esgotadas e uma probabilidade 1,5 vez maior de deixarem os seus cargos em relação aos colegas homens. Entre os motivos de pedidos de demissão por mulheres, 75% apontam o esgotamento como principal fator.

O levantamento da consultoria também mostra que a síndrome de burnout é mais comum nas mulheres. Cerca de 35% dos homens apresentaram sintomas de esgotamento, enquanto 42% delas relataram indícios da síndrome – que é resultado da vivência de situações de estresse surgidos no contexto laboral.

Na Medicina, o cenário não é distinto e a desigualdade de gênero se faz presente. Não à toa uma joint session com a American Society of Clinical Oncology (ASCO) ganhou destaque na programação do XXIII Congresso Brasileiro de Oncologia Clínica. Na ocasião, foi apontado como as mulheres ocupam menos cargos de liderança tanto no mercado de trabalho, quanto nas instituições acadêmicas.

"As mulheres acumularam funções e ganharam o mercado de trabalho, o que é ótimo. Porém, não deixaram de ser cobrada pelas funções domésticas”, comentou Dra. Mayra Stefanini. “Antes, havia o papel definido na sociedade, de homem provedor e a mulher cuidando dos filhos. Hoje em dia, a mulher sai para trabalhar, mas de forma geral ainda é sobrecarregada, o que gera estresse", comparou a psiquiatra durante a conversa na sede da SBOC, em São Paulo.

Dra. Maria Ignez Braghiroli lembrou que as últimas diretorias da SBOC têm demostrado interesse em refletir e enfrentar a desigualdade de gênero na oncologia. “Sinto que as mulheres têm sido cada vez mais valorizadas [na SBOC]. Foi criado um Comitê de Mulheres. Acho que de alguma maneira a SBOC tem tido um olhar especial para essa questão", enfatizou.

A diretora da SBOC aproveitou o debate para deixar um recado para as mulheres: “Vocês oncologistas ou de outras especialidades serão sempre acolhidas aqui na nossa Sociedade. Podem ter a certeza de que as portas da SBOC estão abertas para vocês.”

Assista ao debate promovido pela SBOC sobre o Dia Internacional da Mulher.

Aplicação de RNA mensageiro, mesma tecnologia das doses contra a Covid-19, reduziu em 44% mortes e recorrências do melanoma em feito inédito

A vacina terapêutica em desenvolvimento pela Moderna e pela MSD contra o melanoma, tipo de câncer de pele mais letal , recebeu nesta semana da Food and Drug Administration (FDA), agência reguladora dos Estados Unidos, o status de “terapia inovadora”. Na prática, o título reconhece o potencial da tecnologia e dá prioridade para a avaliação da vacina depois que os laboratórios solicitarem o sinal verde à agência.

“A designação de terapia inovadora é um processo projetado para acelerar o desenvolvimento e a revisão de medicamentos destinados a tratar uma condição grave e que as evidências clínicas preliminares indiquem que o medicamento pode demonstrar uma melhora substancial em relação à terapia disponível”, explica a página da agência.

— É uma nova estratégia para usar a imunidade do paciente no combate ao câncer. A expectativa é grande, visto que a ciência trouxe grandes ganhos no tratamento com a imunoterapia para diversos tipos de tumores nos últimos 10 anos. Os resultados anunciados são ainda preliminares, mas mostram que essa combinação de ferramentas pode ser possível, o medicamento inibidor de checkpoint junto com a vacina — disse a oncologista Angélica Nogueira Rodrigues, diretora da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) e professora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em entrevista ao GLOBO em dezembro.

Leia a reportagem na íntegra no site d'O Globo.

Representando a Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), a Presidente Eleita da instituição, Dra. Anelisa Coutinho, participou nesta sexta-feira, 24 de fevereiro, do webinar “Câncer: como melhorar diagnóstico e tratamento agora”, organizado pelo FórumDCNTs, grupo intersetorial que combate as doenças crônicas não-transmissíveis (DCNTs) no Brasil.

Entre os objetivos do evento, destacam-se: identificar os principais desafios para prevenção e tratamento de qualidade do câncer no país; entender os planos de enfrentamento da doença nos próximos quatro anos; e reunir esforços intersetoriais para melhorar sistemas e otimizar políticas de prevenção, diagnóstico e tratamento de neoplasias.

“O câncer é uma das condições crônicas não-transmissíveis que mais causa mortes no Brasil, preocupando os gestores e a população como um todo. Nós, do FórumDCNTs, debatemos especialmente as mortes prematuras, abaixo dos 70 anos, que muitas vezes poderiam ser reduzidas com diagnósticos feitos de forma oportuna”, introduziu Mark Barone, coordenador do evento.

Em sua fala, Dra. Anelisa comentou sobre a efetividade das legislações que impõem celeridade para o diagnóstico e tratamento do câncer no país. Ela iniciou lembrando que mais importante do que a existência das normas, porém, são as ferramentas para monitorá-las e saber como estão sendo efetivadas.

“A Lei 12.732/12 assegura aos pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) o início do tratamento de câncer em até 60 dias a partir do diagnóstico – representado, na maioria das vezes, por um laudo anatopatológico. Esse já é um primeiro impacto de dificuldade, pois muitas vezes o maior atraso e perda de tempo se dá justamente antes do diagnóstico, na busca por acesso aos exames”, explicou.

A oncologista clínica também discutiu os aspectos da Lei 13.869/19, que assegura a pacientes do SUS com suspeita de câncer o direito à realização de exames no prazo de 30 dias. “Essa lei é ainda mais difícil de monitorar. Onde estão esses pacientes? Em uma UPA [Unidade de Pronto Atendimento]? Em um posto de saúde? Precisamos encontrá-los para eles terem acesso aos exames”, comentou.

Evidenciando as barreiras que as leis encontram para ser executadas, a Presidente Eleita da SBOC mostrou dados do Painel Oncologia Brasil que apontam que, entre 2013 e 2017, a maioria dos pacientes diagnosticados com câncer no Brasil teve o seu tratamento iniciado em um período superior ao de 60 dias. Por outro lado, ela também lembrou que as autoridades estão se movimentando para tentar mitigar os problemas, com a criação de protocolos para saber quem são os pacientes em alta suspeição de câncer.

Encerrando, Dra. Anelisa reforçou a importância também do diagnóstico precoce. “Às vezes, não contamos com 60 dias de espera, mas com seis meses de um paciente com sintomas e suspeitas de câncer, sem acesso”, observa. “Precisamos de melhor monitorização de redes e da difusão de protocolos de prevenção e detecção precoce, com centros que possam captar e funcionar como locais de referência para esses pacientes, para que cheguem no diagnóstico no tempo mais breve possível”, acrescenta.

Também participaram do evento: Luciana Holtz, do Instituto Oncoguia; Dra. Luana Lima, da Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (Abrale); Dr. Aristides Vitorino de Oliveira Neto, do Ministério da Saúde; Eduardo Macário, da Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina, Dr. Sérgio Serrano, do Hospital de Amor de Barretos; e Antônio Silva, da Roche. Confira a íntegra do debate clicando aqui.

O oncologista clínico Dr. Roberto de Almeida Gil, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) desde 1981 e presidente da entidade na Gestão 2003-2005, foi nomeado diretor do Instituto Nacional de Câncer (INCA) – órgão vinculado à Secretaria de Atenção Especializada à Saúde do Ministério da Saúde – na última segunda-feira, 13 de fevereiro.

Um dos fundadores do Grupo Brasileiro de Tumores Gastrointestinais (GTG) e membro da American Society of Clinical Oncology (ASCO) e da European Society of Medical Oncology (ESMO), Dr. Almeida Gil afirma ter recebido o convite por parte do Ministério da Saúde com muita honra e orgulho. “É uma grande satisfação pessoal voltar à instituição a qual devo a minha formação e que me faz ter energia e disposição para contribuir com a oncologia brasileira”, ressalta, lembrando que foi no INCA, onde se especializou em oncologia clínica e também foi chefe do Serviço de Oncologia Clínica e coordenador do Programa de Residência Médica da especialidade.

Na sua avaliação, há grandes desafios pela frente, uma vez que o câncer vai se tornando cada vez mais importante no mundo e, particularmente, no Brasil, com números altos em um sistema não completamente estruturado, causando um grande gargalo no âmbito suplementar e, acentuadamente, no sistema público.

“O INCA tem muito conhecimento acumulado, mas nos últimos anos veio perdendo capacidade de ajudar o Ministério da Saúde na construção de políticas nacionais eficientes. Esse é um dos principais desafios que temos: recolocar o Instituto em posição de protagonismo e com possibilidade de ofertar aos gestores públicos o seu saber na área, um papel natural de formulador de políticas na oncologia”, enfatiza.

A pesquisa também terá prioridade para o novo diretor do INCA. Segundo ele, a investigação científica tem sido muito relevante na especialidade, com grande investimento e o objetivo é fazer que o Instituto seja forte também nessa área. “A ideia é acentuar o papel da instituição na pesquisa feita no setor público, aproximando-a de outras instituições como a Fiocruz e universidades”, antecipa.

Outra contribuição desejada por Dr. Almeida Gil é o fortalecimento daquele órgão público em termos de ensino. “O INCA tem desenvolvido programas de doutorado e mestrado, e queremos aproveitar isso tendo um projeto de educação continuada, com desenvolvimento dos profissionais”, comenta. “Queremos ser um polo de formação oncológica superespecializada, aproveitando o rico material humano que temos para desenvolver estratégias de tratamento e prevenção do câncer”, acrescenta.

Por fim, o novo diretor do INCA fala sobre o desejo de construir redes regionais, com interlocução com estados e municípios, e nacional com outras entidades. “Aí entra o trabalho em conjunto com as Sociedades de especialidade, como a SBOC. Os papéis dessas instituições têm que ser relevantes na construção do projeto do novo INCA”, afirma.

Para o atual presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira, o INCA continuará em excelentes mãos com a nova liderança. “O Dr. Roberto Gil é uma liderança cuja capacidade técnica e administrativa já foi provada ao longo dos últimos anos e a sua nomeação à direção do Instituto é uma grande notícia para a oncologia brasileira”, avalia. “Nos entusiasma que um membro tão ativo da SBOC ocupe tal posto. Estamos à disposição para colaborar e manter a interlocução com o INCA”, complementa.

Uma nova foto de Rita Lee, 75, que viralizou nas redes sociais nesta terça (14) inspirou homenagens de famosos e reacendeu a curiosidade dos fãs sobre a cantora, que vive reclusa em um sítio e recentemente passou por um tratamento oncológico ainda pouco acessível para pacientes do SUS (Sistema Único de Saúde).

A artista recebeu o diagnóstico de câncer de pulmão em maio de 2021, após exames de rotina. Na ocasião, os médicos constataram que se tratava de um tumor maligno localizado no pulmão esquerdo, e o tratamento adotado foi uma combinação de radioterapia e imunoterapia. Menos de um ano depois, em abril de 2022, a família anunciou a remissão do câncer.

"Na saúde suplementar, o tratamento do câncer de pulmão no Brasil é tão bom quanto o oferecido nos países desenvolvidos, mas quando vamos para o SUS o gap pode chegar a 20 anos, porque os pacientes não têm acesso ao diagnóstico molecular [que especifica o subtipo do câncer] e o acesso à terapia-alvo e à imunoterapia é limitado a algumas instituições", afirma Carlos Gil Ferreira, presidente da SBOC (Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica).

Leia a reportagem na íntegra no site da Folha de S. Paulo.

A cada dois ou três anos, o Instituto Nacional de Câncer (Inca) publica um documento em que faz projeções sobre os números de casos e mortes relacionados aos tumores mais comuns na população brasileira.

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O médico Duílio Rocha, diretor da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, destaca que o câncer de pâncreas é uma condição que costuma aparecer em indivíduos de idade mais avançada.

“Portanto, o próprio envelhecimento da população contribui para esse aumento”, raciocina.

Leia a reportagem na íntegra no site da BBC.

Recomendação foi dada diante do caráter silencioso da doença e da limitação dos testes para o diagnóstico precoce

O câncer de ovário é considerado desafiador para especialistas em saúde feminina. Altamente silenciosa, a doença pode escapar de testes de triagem, que ainda são considerados limitados para sua detecção precoce. O que acaba norteando os médicos para evitar que o quadro se manifeste de forma avançada é o monitoramento a partir de relatos sobre o histórico familiar, condição relacionada 25% dos casos da doença. Diante desse cenário, a entidade de pesquisa norte-americana Ovarian Cancer Research Alliance apresentou na última semana uma proposta radical para redução dos casos: a retirada das tubas uterinas (antes conhecidas como trompas de Falópio) mesmo por mulheres que não apresentam o risco genético de desenvolver o problema.

[...]

“Não existe um método de prevenção e rastreamento desse tipo de câncer e, na última década, foi ficando claro que a doença começa na tuba uterina e acaba se desenvolvendo no ovário. Então, uma mulher que teve filhos e vai fazer ligadura de trompas ou a retirada do apêndice, pode remover as tubas”, explica Angélica Nogueira Rodrigues, coordenadora do comitê de Tumores Ginecológicos da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC).

Leia a reportagem na íntegra no site da Veja.

Na última quinta-feira, 2 de fevereiro, o deputado federal Weliton Prado apresentou requerimento para retomar as atividades da Comissão Especial de Combate ao Câncer no Brasil na Câmara dos Deputados. O pedido, agora, aguarda apreciação e autorização do presidente da Casa, o deputado Arthur Lira.

Esta Comissão existiu entre 2021 e 2022 e contou com diversos debates e audiências públicas em que representantes da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) estiveram presentes. Ao fim da última legislatura, por uma questão regimental, o grupo de trabalho foi encerrado com a apresentação de um relatório sobre a prevenção, o rastreamento, o diagnóstico e o tratamento do câncer no país.

Em sua justificativa, o parlamentar lembra que a criação deste comitê foi uma ação inédita na Câmara, tendo representado um marco nas ações de enfrentamento do câncer, um dos maiores problemas de saúde pública no Brasil, com estimativas preocupantes para os próximos anos.

“A quantidade de diagnóstico tardio é altíssima e resulta em aumento dos casos avançados e da mortalidade. Muitas pessoas estão morrendo quando poderiam viver. Há muita demora e não cumprimento das leis que preveem, no máximo, 30 dias para o diagnóstico e 60 dias para iniciar o tratamento”, escreve Weliton Prado.

Segundo o presidente da SBOC, Dr. Carlos Gil Ferreira, a entidade acompanha com interesse este requerimento, tendo sido parte integrante de muitas das discussões ocorridas no Parlamento nos últimos dois anos e municiando os deputados com a expertise – nos diferentes campos do cuidado oncológico – de seus mais de 2.800 associados.

“O trabalho da Comissão, na última legislatura, foi muito importante para obtermos um panorama dos desafios do combate ao câncer no Brasil. Por isso, a SBOC permanece à disposição para contribuir com as autoridades no debate sobre o enfrentamento dos tumores, na busca de que as recomendações do último relatório possam ser efetivadas com eficiência e que novas soluções sejam encontradas”, comenta Dr. Carlos Gil.

Relatório da última legislatura

O documento apresentado em dezembro de 2022 aponta que o Brasil conta com uma série inaceitável de dificuldades e gargalos envolvendo o tratamento dos tumores, sendo “claro que ocorrem mortes e sequelas que poderiam ser evitadas, devido a uma ineficácia do combate ao câncer em todas suas etapas – prevenção, rastreamento, diagnóstico e tratamento”.

Os autores recordam, ainda, que as neoplasias têm impacto relevante na saúde pública brasileira, sendo a segunda maior causa de morte na população. Por isso, indicam a necessidade de acompanhamento especial do poder público em relação ao tema, com uma atuação integrada e eficaz para mitigar os problemas supracitados e garantir tratamentos adequados e oportunos, sobretudo, nos tempos atuais em que a situação foi agravada pela pandemia de Covid-19.